O magistrado Paulo Antonio de Carvalho

Um dia alguém escreveu: “ O juiz deve ser sábio. Deve ler além do literal.”

Na caminhada terrena o aprendizado é diário, constante . Oportunidades para alguns, para outros nem tanto. Aí, não podemos reclamar.

Conviver com pessoas de bem, idealistas e sonhadoras, excessos e fanatismos a parte, podem mudar rumos e direção de uma pessoa. Podemos testemunhar.

A passagem pelo Colégio Ibituruna ( alô Professor Marcelo Melo), ser aluno de Teodoro Araiz, conviver com Gregório, Eulálio, Zé Luiz, Frias, Ignácio e tantos outros, foi uma dádiva do Criador. Limitamo-nos á citação apenas dos religiosos, viu minha gente?

Andando Brasil afora, ao lado de Gregório e vivenciando o ECC, proporcionou-nos oportunidades diversas dentre as quais de conhecer Alfonso Pastore (idealizador do Encontro de Casais com Cristo) e Mário Ottoboni (mentor do Método APAC). Basta. Paremos por aqui.

No bom sentido, esta tal de APAC infernizou nossa vida. Insônia não faltava. Cair da cama, também. Aflorou em nossa mente “ as mazelas do sistema prisional brasileiro”.

A partir de 2001, pendurando “ as chuteiras” na vida pública, portas se abriram na Faculdade de Direito do Vale do Rio Doce. Paralelamente, surgiu na cidade ( e em nossa vida) a fúgura de Nélson Missias. Este dispensa comentários. Um tissuname.

Com apoio integral da FADIVALE, começaram as peregrinações de grupos de pessoas à cidade mineira de ITAÚNA-MG, onde se localiza unidade de APAC – Associação de Proteção e Assistência aos Coondenados, verdadeiramente uma referência. Na visita primeira, lá estavam o então Desembargador Alves de Andrade, o Juiz Nelson Missias, Valdeci Atônio de Carvalho, á época presidente da APAC de Itaúna e o juiz da Comarca PAULO ANTÔNIO DE CARVALHO. Visita emocionante. De arrepiar. Inacreditável à época. Nos dias atuais, uma coisa e procedimentos normais. Ficou a constatação: O preso é gente.

Passada a “lua de mel”, vida que segue e continua seguindo para muitos, comprometimento e envolvimento para outros tantos, agora em número menor. Dizia Gregório Valência, sábio religioso do Colégio Ibituruna : “Luizinho, escuta aí: as coisas de Deus são muito difíceis”.

Treinamentos, seminários, encontros, visitas e mais visitas , culminando com o Iº Curso de Gestores – estudos sobre o Método Apac, promovido pelo Tribunal de Justiça do Estado, FBAC e APAC de Itaúna.

Em Valadares, em 23, 24 e 25 de Abril de 2004, Seminário de Estudo da metodologia, reuniu mais de 1.200 pessoas. Uma loucura; inacreditável; foi o que disse o Desembargador Alves de Andrade.

Em todos eles e em todos os momentos, lá estava a figura séria, observadora e comprometida do Juiz Paulo Antônio de Carvalho.

Tivemos o privilégio de conviver e estar próximo do magistrado Paulo Antõnio de Carvalho por ocasião dos eventos que não foram poucos. Certa feita, no Curso de Gestores, ao disertar sobre as mazelas do sistema prisional brasileiro, para ilustrar/sua fala disparou: “… a Cadeia do Dr. Luizinho em Valadares…”, senti-me importante e registrei.(rs).

Sabe-se que por quase 30 (trinta) anos o magistrado Paulo Antônio de Carvalho laborou na Comarca de Itaúna-MG. Nada nos foi dito, permitindo-nos entretanto concluir ou raciocinar que a causa apaqueana tenha concorrido para que assim procedesse, abrindo mão de promoções e outra beneses. Amor á causa, não tenham dúvidas.

De Itaúna vem a notícia da aposentadoria do magistrado Paulo Antônio de Carvalho. Deste podemos dizer sem sombra de dúvidas: “ Combateu o bom compate. Professou a fé”.

Em sua obra SOMOS TODOS RECUPERANDOS (2017) – assim se expressou Mário Ottoboni sobre o Juiz Paulo Antônio de Carvalho:”

“Nunca atuei como advogado na Comarca de Itaúna-MG. Da atuação do digno juiz de direito da mencionada Comarca não reuno condições de fazer qualquer apreciação. Apenas sei que se trata de um profissional competente, responsável, cumpridor exemplar de seus deveres, muito estimado e respeitado pelos colegas de promotores públicos.

 Minha estima e admiração pelo Dr. Paulo Antônio de Carvalho firmou-se com o passar do tempo e com convicção irreversível para, concientemente, poder classificá-lo, sem sombra de dúvidas como o melhor juiz voluntário da APAC que conheci nos ultimos 44 anos de vida. Leal, espontâneo, exemplar, simples, dando palestras excelentes nas Jornadas de Libertação com Cristo, estimado pelos recuperandos, dirigentes e voluntários. Ele não condena para castigar, mas para recuperar o faltoso.”

Neste livro “Somos Todos Recuperandos” não poderia deixar de registrar o meu apreço, respeito e admiração a esse companheiro exemplar, modelo a ser seguido por todos os juizes de direito que abraçaram a causa apaqueana para modificar o arcaico Sistema Prisional Brasileiro”.

Quando da morte de Franz de Castro Holzwarth,  pronunciamento da lavra de Moisés Esper, nas Câmaras Municipais de JACAREI e de             SÃO JOSE DOS CAMPOS-SP, se constou:

Há homens que acreditam nas ideias e acham que elas ressoam no mundo com maior estampido que os canhões.. Há homens que não se parecem com outros homens. Há homens que acreditam nas pessoas. Ainda há. Que usam o pensamento também para compreender as razões da experiência que fazem de seus postulados um sacerdócio, que casam com Deus quando nascem e, quando morrem, podem sorrir no céu. Há homens que se alimentam de sonhos, porque pensam torná-los realidade. Há homens que confundem as pessoas porque olham nos olhos de forma diferente, querendo mesmo buscar e descobrir a crença que cada um tem dentro de si. Estes homens não veem o homem agressivo e revoltado que pode matar, mas veem a criança que não viu mãos estendidas que a ajudasse a levantar.

.”Há homens que não morrem, apenas se calam; apenasse despedem. Viajam apenas, porque serão sempre encontrados nas coisas mais sublimes; estarão sempre presentes e vivos toda vez que alguém falar deamor, de humanidade, de compreensão, de fraternidade, de abnegação, de paz e liberdade! – Finalizando disse Moisés Espér: “ Não sei porque todas essas coisas me lembram um nome: Franz de Castro Holwzmarth. Permitimo-nos fazer uso de tal pronunciamento para dizer que não temos dúvida em afirmar que tal narrativa, também faz lembrar o magistrado Paulo Antônio de Carvalho.

Um servo de Deus. Um iluminado. Um MAGISTRADO como poucos!

 



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